24 novembro, 2012

De noites e noites

Se me falta o sono ou me perco dos sonhos, é que as palavras despertas
não se aquietam... urgem que eu lhes dê leito, contento e asas.


Monica San

19 novembro, 2012

Desenredo


Há dias em que a luz se apaga
o chão se abre quando o céu desaba
e se abala até o breu na alma

dias destes, que me metem medo
de tempo contra o próprio desenredo
de tempestade que o mar n'acalma

e é nestes dias de terror armado
que se procura em riso descuidado
aquela luz que se perdeu dos olhos

ou se encontra num abraço largo
o aconchego de um carinho dado
trazendo a paz que se perdeu dos sonhos.

Monica San


18 novembro, 2012

Foco's



O que me salva
ou talvez me perde
é o olhar que inverte

no inferno que não corrompe
ou no céu que nada promete

esse olhar que só persegue
ora perdido, ora entregue.


Monica San

13 novembro, 2012

Prumo


Aponta pro sol

apruma o norte


e no riso rabisca

a própria sorte

que a vida se cansa de ser dó


e da morte, nada mais importa
senão o alivio de uma vida

só.


Monica San

Aridez poética

 
Essa seca que é de mágoa
de mágoa que vai cortando
é seca que vai rasgando
no pó da estrada passando

é seca, é gota d'água

agoa, seca

e mata.

Monica San


Sutilezas

O que me espanta e desespera

é quando falta a capacidade de compreender


aquilo que não se explica em palavras


mas se apreende, no simples ato de ser.


Monica San

Pensando alto

Corrupção, índios, mensalão, copa do mundo, desrespeito, violência, humilhação, degradação, injustiça... vida a menos, bem menos vida!

Pensando bem, há momentos em que fazer parte

da raça humana é motivo de vergonha.
Somos passivos diante da nossa própria miséria e nos lamentamos do mal causado por outro igual.
O bem ou o mal? Apenas uma questão de escolha tão simples quanto caminhar. Nada nos é

escondido que não seja capaz de elucidar o que há em cada um dos caminhos; seguir este ou aquele não é um risco, mas uma opção perfeitamente clara.
Tudo é consequência das escolhas que fazemos.
O que nos torna superiores, também nos escraviza, desde que aprendemos a andar sobre duas pernas e a enxergar o nosso próprio umbigo.


Monica San

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